IA Artificial
A promessa de trabalho fácil e flexível, pequenas tarefas remuneradas feitas em casa e sem um chefe dando ordens atrai muitos trabalhadores para as plataformas digitais. Este vídeo explora as muitas maneiras pelas quais a realidade está muito longe da prometida autonomia com gerenciamento rigoroso do tempo e da qualidade, regras pouco transparentes e baixa remuneração.
De Ruba
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Este vídeo é o resultado de minhas experiências e reflexões como trabalhador de dados de uma plataforma digital. Ele também surge da frustração de me sentir enganado pela promessa de autonomia. Como muitos outros, eu comecei a trabalhar na plataforma porque a ideia de definir meus próprios horários, tarefas e ritmo sem sair de casa era muito atraente. Lidar com dados para inteligência artificial era empolgante e também era uma oportunidade de ganhar a vida no contexto da pandemia.
O tema das falsas promessas permeia todo o vídeo. A promessa de trabalho autônomo contrasta fortemente com o ritmo ditado e acelerado exigido. A promessa de ser seu próprio patrão não se encaixa com a realidade de tarefas que muitas vezes são rejeitadas ou na falta de qualquer canal de comunicação com os contratantes. E, em um nível mais geral, a IA totalmente autônoma e inteligente que nos é vendida constantemente é uma ilusão, pois milhões de trabalhadores como eu são necessários para criar e manter esses sistemas “independentes”.
O meu objetivo com esse vídeo é chamar atenção para essa realidade dos trabalhadores de dados da IA. Sobre como são invisibilizados e mal pagos nos bastidores apesar de essenciais para que a IA seja o que é.
É importante dizer que contei com uma pequena equipe muito cuidadosa e dedicada e gostaria de agradecer aqui a todos que proporcionaram e fizeram parte desse trabalho.
Citação recomendada:
Citação recomendada: Ruba (2024). “IA Artificial”. In: M. Miceli, A. Dinika, K. Kauffman, C. Salim Wagner, and L. Sachenbacher (eds.) The Data Workers‘ Inquiry. Creative Commons BY 4.0. https://data-workers.org/ruba
Sobre o autor
Ruba
Ruba começou a trabalhar em uma plataforma durante a pandemia, após perder seu emprego. Atraído pela perspectiva de trabalhar de forma flexível, logo ficou claro que a plataforma estabelecia muito mais exigências do que antecipado. Para ele a gota d’água foi quando ele parou para ler as cláusulas dos contratos que assinava e perceber que quem estava assumindo responsabilidade legal pelos dados era ele…